sexta-feira, novembro 10, 2006

Ela pode ser mil, mas não existe outra igual...



Foi como abraçar um cactos. Dormiu ouvindo “Don't answer the door” no repeat , estirada no chão gelado de granito para aliviar a temperatura do corpo e dos sentimentos. A única taça que restou sem quebrar com a mudança se tornou uma companheira inseparável.

Acordou outra.

Algumas situações, sempre alfinetam, como a descoberta das coisas que nos faz bem, tarde demais. Como ballet, se o tivesse aceitado quando tinha 3 anos em cada perna e não 12, talvez seria menos porcelana e mais aço. Dizem as veteranas que tal dedicação nos torna meninas duras na queda. Ela usa sapatilha de ponta em cetim e coque, anda pelo calçadão da nova cidade, inaugurando-se. Uma fita no cabelo revela a vontade de ser antes de ter. Aprendendo gradativamente cada passo que “O Lago dos Cisnes” exige, Tchaikovsky passa a ser compreendido. São íntimos agora.

Paris continua a existir para o charme, mas é possível combinar mar, areia, meia calça ballet e BB King desse lado do atlântico.

Ela vai cantando Nietzsche: ♪♪E que seja perdido o único dia em que não se dançou... ♪♪