terça-feira, agosto 16, 2005

Like a Rolling Stone.


A sensação que tive essa manhã ao entrar por aquele portão; foi de ter esvaziado.

Vi a vida se desfiar, abriu em mim um buraco de forma bruta. O mundo cresceu, o carro tem ar, direção, injeção eletrônica e um tal de Airbag, lembra-se do Jipe? É, ele não é mais nosso, e muito menos nos espera com as milhas acesas, a pagar o “flanelinha” que cuidou dele e irmos juntos pra festa de sexta feira escutando Like a Rolling Stone.

Senti e sinto meu corpo esticar desenfreado, rasgando a camiseta, estourando o tênis, chutar pedras de salto é tão desconfortável quanto andar de ônibus com ele. Se sentir de pernas atadas sem poder correr pra pegá-lo e com isso rezar para o semáforo fechar e ser vista pelo retrovisor.

Tomar banho e ver um terno me esperando pra uma reunião, foi como ir para o 1º dia do jardim de infância e ver minha mãe me dar tchau pela primeira vez, como se ela nunca mais fosse voltar.

Esse “crescimento” pessoal, desfalece algo, é como desacreditar que o Arco-íris tem sete cores e que ele ainda existe.