Hoje eu quase fui atropelada por um carro forte. Depois eu fiquei pensando, acho que é um sinal, dentro de alguns dias, ficarei rica! Mas depois pensei também, que poderia de ter sido atropelada de fato e ter morrido, afinal era um carro forte! Pensei: e a minha ida de vez pra Europa, meus dias de trabalho na Ásia e os passeios por Nova York, os filhos que eu quero tanto ter, como ficariam os amores que eu carrego aqui dentro, e que eu não divulguei, os sonhos não realizados, meus pensamentos perdidos em um raro momento comigo, sem celular tocando, dentro de um avião qualquer, quando posso pensar em alguém sem ser interferida. E se eu tivesse casado com aquele que eu tanto quis na adolescência e que hoje, simplesmente não quero mais, como ele iria reagir a minha morte, até mesmo aquele que eu amei até outubro do ano passado e que hoje, faz parte do meu rico passado amoroso, pensei em tanta coisa que poderia ter sido e não foi em tanta gente que eu amo e guardo com tanto carinho na memória dos anos dourados. Como seria dizer tchau para tudo agora?
A verdade é que eu não tenho medo da morte. Eu temo mesmo é a velhice.
A verdade é que eu não tenho medo da morte. Eu temo mesmo é a velhice.