segunda-feira, julho 25, 2005

Me dê suas mãos





Li um texto enviado por um amigo, o autor fala do período frágil da vida, e como esse momento é genial e importante.
Onde construímos muros, castelos, acreditamos nas impossibilidades, com toda força do mundo, e ninguém nos arranca isso. A fé nos sonhos é fortificada nessa idade.
E é nessa fase que estabelecemos nossa conduta , caráter, pois acreditamos nos vocabulários simples, nas cores primárias, pedimos desculpas sem medo.
É bom ler algo assim, pode ser clichê, mas a vida é clichê. Fez-me refletir, voltei alguns anos, pela pouca idade que tenho não demorei muito pra chegar nas minhas férias de infância, nas minhas viagens à Caxambú, meus pais, e quantas vezes a mão da minha mãe me assegurou de que nada me atingiria.

Lembrei de uma cena única, onde meu irmão avistou um pato, no sítio da minha tia, ela criava todos os tipos de aves possíveis e imagináveis.
Ele: Eu quero aquele pato tia
Ela: Sim, com uma única condição.
Ele: Qual?
Ela: Corra atrás dele, se conseguir pegá-lo é seu.
Volto nas gargalhadas dos meus oito anos, vendo meu irmão correndo feito um louco, típico garoto de uma cidade cosmopolita, ele conseguiu agarrar o pato com muito sacrifício, pra nossa surpresa.
Ele: yahhhhhhhhhhhhh
Ela: Parabéns, agora dê um nome a ele e toda vez que vier me visitar ele poderá dormir com você!

Anos incríveis, onde acontecimentos como esse, refletem no que sou hoje, uma paulistana quase mineira. Quando saio para o mundo, dou as mãos e ando junto, e acredito que alcançarei um pato como aquele do meu irmão.

3 comentários:

Etil disse...

Cuidado, senão você quebra o pescoço do bichinho!!

Anônimo disse...

lindo!, caralim!, vc escreve mto bem! como nunca tinha escrito antes???

Anônimo disse...

Seus textos são ótimos, flor!